1 de maio de 2007

Anseios


"Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha que cais!

Deixa-te estar quietinho!
Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quirneras irreais,
Não valem o prazer duma saudade!

Tu chamas ao meu seio, negra prisão!
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbres o brilho do luar!...

Não 'stendas tuas asas para o longe..
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela,a soluçar..."

Florbela Espanca

1 comentário:

joaninha disse...

Por acaso cheguei a este Blog e fiquei fascinada. Florbela é um ídolo para mim, um mito nos trilhos do Amor inacessível... adorei. Parabens e voltarei.
Abração